segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

II Colóquio sobre Torga reforça importância de Leiria na obra do escritor


A consciência da importância de Leiria na vida e obra de Miguel Torga teve uma expressão muito significativa no conjunto de intervenções feitas no II Colóquio sobre o escritor realizado no passado dia 7 de Fevereiro à tarde no auditório da Caixa Agrícola de Leiria.


A abrir o evento, Cristina Robalo Cordeiro, conservadora da Casa-Museu Miguel Torga, em Coimbra, regozijou-se por Leiria ter assumido esta iniciativa, dado que as duas cidades demarcam a fronteira de um território fundamental na geografia literária deste autor.


Também Isabel Damasceno, presidente da Câmara Municipal de Leiria, ela própria transmontana, atribuiu à iniciativa um contributo importante para o aprofundamento dos seus conhecimentos sobre o escritor, nomeadamente na sua relação com Leiria.


José Cymbron voltou a lançar novos reptos, nomeadamente a elaboração de um roteiro torguiano na cidade, que se possa efectuar regularmente, e que todos os anos, no dia 12 de Agosto (dia de nascimento do poeta), se realize um itinerário que contemple as regiões de Leiria, Batalha, Nazaré, Alcobaça e Fátima, inspirado em Torga.


Na apresentação das actas do I Colóquio, Carlos A. Silva avançou a notícia de que esta publicação, vindo preencher uma lacuna na biografia de Miguel Torga, mais concretamente no que respeita a Leiria, irá ser distribuída por todas as bibliotecas da Rede de Leitura Pública.
As comunicações apresentadas versaram sobre aspectos da vida e obra torguianas e do quotidiano leiriense na época em que o escritor aí viveu.


Suzana Couceiro Santos falou de «Miguel Torga – Uma força da Natureza» através de uma apresentação multimédia em que foram utilizadas várias fotografias do autor e família, bem como de espaços e paisagens ilustrativas da vida e da obra de Torga, acompanhadas por diversos textos, na sua maioria deste autor.


Sandra Duarte fez uma «Viagem pela Leiria cultural que Miguel Torga conheceu (1939-1941)», analisando a vida cultural da cidade ao longo dos anos em que o médico-escritor aqui exerceu. Apoiando-se na imprensa regional da época, enumerou os espaços de difusão cultural, bem como as actividades aí desenvolvidas: teatro, espectáculos musicais, sessões de cinema e conferências, entre outros. Em particular, referiu-se à Exposição Distrital que se realizou em Julho de 1940 no actual jardim Luís de Camões.


Luís Martins Fernandes falou da «Leiria torguiana: no rasto de Eça e de Rodrigues Lobo».
Por sua vez, José Cymbron dissertou sobre «Miguel Torga e Fernando Pessoa - Do Diário aos Poemas Ibéricos».
Prevista estava também a intervenção de Alix de Carvalho, com um estudo sobre o conto «O Senhor», que foi tema de um filme do realizador leiriense António Campos. No entanto, por motivo de atraso nos trabalhos, acabou por ficar reservada para as actas.


A finalizar, Isabel Aragão, da Academia de Cultura e Cooperação de Leiria, declamou alguns poemas de Torga.
À noite, os participantes, que este ano aderiram em maior número à iniciativa, puderam assistir ao espectáculo musical «Fazz», no Teatro Miguel Franco, com a participação de Claud (voz) e Paulo Cavaco (piano).

Laura Maria Esperança, presidente da Junta de Freguesia de Leiria, e Reinaldo Gomes, delegado de Leiria da Fundação INATEL, entidades responsáveis pela organização do evento, testemunharam a sua satisfação pela forma como decorreram os trabalhos, que reputaram de grande qualidade, e pela adesão do público, desejando que, no próximo ano, o entusiasmo se mantenha.

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